RJ: Evento discute políticas públicas de proteção aos jovens
Para especialista falta ao município priorizar a criança e o adolescente na previsão dos gastos públicos
Um dos organizadores da Conferência Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente, que começa hoje (06) no Rio, e presidente do Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente, Carlos Nicodemos, criticou ontem (05) as operações de choque de ordem, que, na última semana, recolheram das ruas de Copacabana (Zona Sul) 124 pessoas, 44 delas crianças e adolescentes. “O que devemos ter é uma política de acolhimento e não de recolhimento”. Segundo ele, a maneira como é feita não é eficaz. “Percebemos que as crianças sempre voltam”, diz.
O objetivo da conferência é discutir políticas públicas de proteção aos jovens e criar um plano de metas a serem cumpridas pelos próximos governos estaduais e federais. Para Nicodemos, falta ao município priorizar a criança e o adolescente na previsão dos gastos públicos. “Devemos estabelecer programas de empregabilidade e nos certificar de que o público infanto-juvenil está em tempo integral nas escolas. É fundamental, também, dar assistência às famílias dessas crianças e adolescentes”, observa.
De acordo com ele, o fortalecimento dos conselhos tutelares e uma política que vai garantir os direitos da criança e do adolescente, tratada em um plano decenal, serão parte dos resultados que o encontro deve produzir. Essa é a sétima edição do evento e nas etapas anteriores, segundo Nicodemos, os problemas mais recorrentes, em relação às crianças e adolescentes do Rio de Janeiro foram a drogadição e a exploração sexual, apontados como maiores vilões. Para ele falta também estabelecer, universalizar, a aplicação de medidas socioeducativas nas crianças e adolescentes que cometem atos de infração.
[Jornal do Brasil (RJ), Caio de Menezes – 06/10/2009]