MARTHA V NO LAPA CAFÉ

Ela é uma carioca que começou muito cedo na música. Como ela mesmo diz, suas inspirações não foram “nada muito diferente de todo mundo, mas posso dizer que por causa deles que tô na música”.

MarthaV curte os Beatles, “principalmente o Paul McCartney, meu eterno beatle predileto” e continua: “Gosto de quase todo o tipo de música que a melodia me pega e é feita sem tanta racionalidade, mas que tente buscar a originalidade (coisa impossível há muito tempo)”.

MarthaV faz rock, faz música. Ousada e intrigante, Martha usa um leque de  sons e experiências para seu trabalho. “Apesar de melodia ser o meu eixo musical, amo bateria, amo música eletrônica, daquelas sem melodia nenhuma, super repetitivas que muita gente odeia, rs. Gosto de Circuit Bending, experiência de curto circuito em brinquedos, alto falantes, bateria 9V, meu lado Professor Pardal… Bjork… Aliás, amo Bjork, mas me identifico mais musicalmente com a Emilie Simon, cantora e compositora francesa que fez a trilha do filme “A Marcha dos Pinguins”. Gosto de MPB, mas confesso que hoje gosto de poucos como Adriana Calcanhoto e Lenine.

MarthaV lançou seu primeiro CD em 2007, pela T-Rec (você pode fazer

download das canções do CD, no site dela, clicando aqui) e, três anos depois, está produzindo seu segundo CD, mais eletrônico. O motivo? Ela explica: “Já tive muitas bandas, muitos integrantes diferentes e pouca, ou melhor, nenhuma grana pra bancar. A galera tocava por gostar e acreditar. Mas chega uma hora, que não dá pra ficar só no amor, né? Então, juntando isso, ao meu gosto pela tecnologia e música eletrônica, tive ideia de começar a fazer um som que me permitisse tocar com no máximo dois músicos e no mínimo eu sozinha (com minhas parafernálias, claro)”.

Se você está querendo ouvir um pouco mais de MarthaV, sua chance é agora.

Nesse sábado, dia 15,  ela faz show no Lapa Café, a partir das 21 horas, ao lado das bandas Destemido Walace e Relics.

E Martha conta um pouco mais do que vai rolar nesse show: “esse show tocarei as músicas do meu disco que lancei em 2007 pelo selo T-REC, além de algumas novas deste cd e 1 ou 2 releituras.Vai ser meio que um teste… A banda toda vai estar dentro do computador, isso ainda é estranho pra mim, mas gosto de desafio”. E ela continua: “Eu que gravo e mixo tudo, gosto de mexer em toda a parte musical. Espero que o público curta essa “doideira” que não é nem banda, mas também não é playback. Afinal, DJ chega lá, toca o que tá gravado, faz umas mudanças e Uhuuu… então…. vou botar pra tocar, mas vou também tocar, cantar e uhuuu! rsrs”

Enquanto o sábado não chega, você pode curtir uma das músicas do primeiro CD de MarthaV, “Indecisão”.

E acompanhe o Twitter da TVGD com mais notícias e uma surpresa para o show de sábado de Martha V.

Marque na agenda! Sábado dia 15 . MarthaV, no Lapa Café.

Você não vai querer perder!

SambuluS, acima dos céus

Eles estão juntos há três anos, mas Luana Mariano e Caesar Barbosa têm histórias muito mais longas.

A paulista Luana Mariano é pianista clássica por formação. Estudando o instrumento desde os dois anos de idade, com professores como Antônio Bezzan, Lina Pires de Campos, Gilberto Tinetti e Linda Bustani, ganhou aos 15 anos uma bolsa de estudos em Viena, na Áustria. E desde então, já se apresentou em diversos países da Europa. Ao voltar para o Brasil, Luana incorporou elementos de jazz e blues ao seu repertório clássico, dando um novo tom sobre suas interpretações.

Caesar Barbosa é um guitarrista carioca, autodidata influenciado desde cedo por nomes como Jimi Hendrix e Stevie Ray Vaughan. Em seu caminho, Caesar tocou sete anos com a banda Farofa Carioca, compôs trilhas sonoras para televisão e teatro , excursionou pela Europa com a cantora Elza Soares e hoje, é a segunda metade do duo SambuluS.

“O projeto SambuluS existe há 3 anos e acho que era quase que inevitável… (risos). Com as nossas histórias individuais em música, nosso amor imenso por ela e as nossa afinidades, não dava pra seguir outro rumo! Começamos a tocar juntos e as coisas fluíam com muita facilidade. Daí a isso se tornar público, também foi muito natural”, conta Luana Mariano, que continua contando o porquê do nome do duo: “O nome veio de uma brincadeira nossa por causa do nosso encanto com o Blues. Começamos com São Blues e, na brincadeira, se transformou em SambuluS. Depois é que soubemos que este é o nome de uma árvore africana muito bonita, que oferece proteção. Adoramos!”.

No mês de setembro, Luana e Caesar embarcaram rumo a Londres com uma missão dupla: participar do documentário de Pedro Paulo Carneiro sobre Jimi Hendrix e lançar o Cd Up From The Skies – Um tributo a Jimi Hendrix (que você pode ouvir algumas canções do CD, clicando aqui).

Ficou curioso em saber por que Hendrix? Eles respondem.

“Há um ano começamos a pensar muito em Hendrix, principalmente quando nos demos conta que em 2010 eram comemorados os 40 anos de morte dele. E nós temos uma visão muito particular de Hendrix. Acho que quem o ouve com o coração, percebe que esta imagem que as pessoas têm – o “cara que botou fogo na guitarra” ou “o cara que vivia mergulhado em drogas” – é muitíssimo limitada e extremamente preconceituosa. Hendrix é um cara apaixonante, de uma alma riquíssima, doce, intenso, selvagem, extremamente sensível e emotivo, e que tinha um talento inacreditável de conseguir traduzir tudo isso em música. É muito pequeno pensar nele unicamente com o melhor guitarrista de todos os tempos. Ele é muito mais do que isso”, conta Luana. E Caesar completa: Então resolvemos fazer, da nossa maneira, uma homenagem a ele – e assim surgiu o CD. A formação é inédita – piano, voz feminina e guitarra, as músicas fogem às escolhas óbvias e os arranjos são absolutamente incomuns. Para nossa surpresa, o público e a crítica (brasileira e estrangeira) estão encantados com o disco e, para nossa alegria maior, estão entendendo este trabalho como ele é: uma oração de amor a um gênio que nos deixou a maior das suas obras – a sua alma transcrita em sons e pausas”.

O show de lançamento do Cd aconteceu no The Troubadour, um café londrino inaugurado em 54, por onde já passaram Bob Dylan, Paul Simon, Jimmy Page, Robert Plant, Charlie Watts e o próprio Jimi Hendrix, entre muitos outros.

E não tem ninguém melhor pra contar como foi o show que Caesar: “Olha… se eu disser que ainda é difícil lembrar destes momentos, você acredita? Ainda sinto um nó na garganta… É que as reações aqui e lá são muito distintas, por conta da barreira da língua. Aqui, no Brasil, a melodia não precisa de tradução, claro… então as pessoas acompanham com gestos, expressões, sorrisos e lágrimas. E vêm depois do show agradecer e dizer que não esperavam aquela “viagem” emocional. É lindo e muito intrigante”.


Luana continua falando sobre a experiência de tocar em Londres: “Nossa, ouvir as pessoas cantando junto com a gente e a plenos pulmões… Uau! Fizemos as músicas do CD e mais algumas outras. Em um dos bis, refizemos uma música que o público pediu: Angel. Quando, enfim, percebi o povo todo cantando e tão alto, por um momento achei que não ia conseguir ir até o final. A voz embargou… Foi muito difícil. Olhei para Caesar, olhei para o público e minha cabeça viajou. Foi tudo tão mágico que tive a sensação de que Hendrix estava ali, nem que fosse pela energia de amor em torno dele. Nunca foi sobre a gente, entende? Foi sempre sobre ele”. E Luana continua:Vou dizer que estava apreensiva – Londres é um centro cultural do mundo e de público historicamente muito exigente. E não poderia deixar de ser, não é? Berço de tantos músicos que mudaram a história da música e de braços abertos ao surgimento de tantos outros, de Haendel até Hendrix… Disse a Caesar: “se tivermos uma boa recepção aqui, no lugar onde Hendrix ‘desabrochou’ pro mundo, no pub onde ele tocava, onde Dylan (Bob) fez sua primeira apresentação no Reino Unido, significa que fizemos algo certo”. E foi o máximo! Foi muito mais do que eu queria. O show foi lindo, a participação do público foi intensa e no after show os comentários foram surreais.

Luana Mariano e Caesar Barbosa fazem parte do documentário E aí, Hendrix? que traz além do duo SambuluS, Pitty, Martin, Frejat, Robertinho de Recife, Pepeu Gomes, entre muitos outros. O duo foi convidado pelo diretor Pedro Paulo Carneiro e quem conta como foi é o Ceasar: Disponibilizamos algumas músicas em streaming no nosso MySpace e já tínhamos um projeto de levar esse show/CD para a Europa em 2011. Em agosto deste ano tivemos contato com algumas pessoas que fariam eventos distintos em Londres para celebrar os 40 anos sem Hendrix. Infelizmente os eventos eram concorrentes e fomos obrigados a decidir por um deles. Depois de fechada a data e local do nosso show de lançamento do CD lá é que fomos convidados pelo Pedro Paulo para participar desse documentário incrível!! Ficamos muito honrados, porque é um trabalho que exalta tudo aquilo em que a gente acredita – talento, amor e trabalho!

Gravar as entrevistas e fazer o London Rock Tour com Bruce Cherry, visitar os lugares que tivemos a oportunidade de visitar – casas onde Hendrix viveu e onde faleceu, lugares onde compôs músicas lendárias – foi surreal. No mesmo dia, à noite, participamos de uma convenção com os amigos do Jimi Hendrix – Jeff Dexter (apresentador do show da Ilha de Wight), Chris Welch (maior critico britânico), John McCoy (primeiro contratante de Hendrix na Inglaterra) e Mouse O’Brien (roadie do Jimi Hendrix). Foram muitas histórias que ouvimos de bastidores. O ápice da noite foi quando o John McCoy me deu o blazer do Jimi Hendrix para vestir. Eu fiquei dormente e logo quando tirei o blazer caí aos prantos de tanta emoção. Fomos amparados pelos seus amigos e pela doce frase do historiador Bruce Cherry: “É muito bonito ver o feeling de vocês pelo Jimi. Lindo!!” É difícil descrever o que sentimos. Mas foi muito bom viver tudo isso com todos que estavam lá – Roberto Lamounier, Martin, Pitty, Clever Barbosa… Inesquecível”.

Se você gostou tanto dessa entrevista, quanto nós, aqui da TVGD, podem anotar nas suas agendas os planos do SambuluS pros próximos meses:

“Agora é que começa o lançamento no Brasil. No dia 29/11 estaremos na Modern Sound, no Rio de Janeiro, fazendo um show de lançamento, gratuito, para o público carioca. Estão todos super convidados, começa as 19h. Datas para outras cidades estão sendo fechadas uma a uma, e as disponibilizaremos assim que definitivas.

E, com as críticas soberbas que vêm principalmente do exterior, estamos sendo convidados para outros shows fora do país, ainda com este projeto sobre Hendrix. É claro que adoramos estes convites e os aceitamos com o maior prazer!

Pra 2011, além da continuidade do “Up From The Skies”, já estamos em estudo de um novo show/CD, desta vez só de música brasileira. Este é um projeto que surgiu junto com o “Up From The Skies”, mas que foi postergado para 2011 por causa da data redonda comemorativa da morte de Hendrix. Acreditamos que no início do segundo trimestre já estaremos com tudo pronto. Já contamos também com convites para os festivais de verão europeus, portanto agora é só trabalho, trabalho e trabalho”!

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Acompanhe o trabalho do duo SambuluS aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

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